sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Dream

HAPPY NEW YEAR!
FELIZ ANO NOVO.

Agradeço aos amigos a fidelidade em acompanhar o blogue durante este ano.

Tenho um novo sonho a contar: Novo livro,
disponível no www.clubedeautores.com.br

CONTO UM SONHO, SONHO UM CONTO.

Continue sonhando comigo!!!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Ainda Valter Hugo

[…] nunca nos preparáramos para a derrocada de todas as coisas, nunca nos preparamos para a realidade, passamos a ser cidadãos terrivelmente antipáticos, mesmo que façamos uma gestão inteligente desse desprezo que alimentamos crescendo, e só não nos tornamos perigosos porque envelhecer é tornarmo-nos vulneráveis e nada valentes, pelo que enlouquecemos um bocado e somos só como feras muito grandes sem ossos, metidas dentro de sacos de pele imprestáveis que já não servem para nos impor verticalidade nem nas mais pequenas batalhas.
 trecho de Máquina de fazer espanhóis

Valte Hugo: VOU BUSCAR-TE AO FIM DA TARDE

vou buscar-te ao fim da tarde,
porque a noite só escurece contigo ao
meu lado, porque a noite aprende por ti
o caminho aberto das estrelas
vou buscar-te ao fim da tarde,
e verás como preparei a casa, como
escolhi a música, como, enfim, espalhei
os objectos mais impressionados contigo,
os que ganharam vida por se interporem
na espessura estreita que vai do meu
ao teu coração
e não mais devolvo, correndo todos os
riscos de não amanhecer nunca
numa loucura propositada por ti
não mais te devolvo,
ocuparás o mundo debaixo e sobre mim,
e não haverá mais mundo sem que seja assim

José Paulo Paes, para hoje

ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA

a poesia está morta

mas juro que não fui eu

eu até que tentei fazer o melhor que podia para salvá-la



imitei diligentemente augusto dos anjos paulo torres car-

los drummond de andrade manuel bandeira murilo

mendes vladimir maiakóvski joão cabral de melo neto

paul éluard oswald de andrade guillaume apollinaire

sosígenes costa bertolt brecht augusto de campos



não adiantou nada

em desespero de causa cheguei a imitar um certo (ou

incerto) josé paulo paes poeta de ribeirãozinho estrada

de ferro araraquarense



porém ribeirãozinho mudou de nome a estrada de ferro

araraquarense foi extinta e josé paulo paes parece

nunca ter existido

nem eu
José Paulo Paes

terça-feira, 23 de outubro de 2018

A sensiblidade de Mia Couto

Quando já não havia outra tinta no mundo o poeta usou do seu próprio sangue.
Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo.
Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado.
Como o sangue: sem voz nem nascente.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

terça-feira, 15 de maio de 2018

John Donne, meditação

Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.

3.5

sábado, 31 de março de 2018

Auster e A invenção da solidão

“It is also true that memory sometimes comes to him as a voice. It is a voice that speaks inside him, and it is not necessarily his own. It speaks to him in the way a voice might tell stories to a child, and yet at times this voice makes fun of him, or calls him to attention, or curses him in no uncertain terms. At times it willfully distorts the story it is telling him, changing the facts to suit its whims, catering to the interests of drama rather than truth. Then he must speak to it in his own voice and tell it to stop, thus returning it to the silence it came from. At other times it sings to him. At still other times it whispers. And then there are the times it merely hums, or babbles, or cries out in pain. And even when it says nothing, he knows it is still there, and in the silence of this voice that says nothing, he waits for it to speak.”
Paul Auster

Dream

Quem sonha de dia tem consciência de muitas coisas que escapam a quem sonha só de noite.
Edgar Allan Poe

domingo, 25 de março de 2018

segunda-feira, 5 de março de 2018

My favourite Oscar quotation

A dreamer is one who can only find his way by moonlight, and his punishment is that he sees the dawn before the rest of the world.

It hurts

Each step requires effort. Pain is a natural consequence. However, it would be more painful if the dream were not meant to be fulfilled. Writing hurts. Too much. But denying it is crazy. I go on struggling. My imagination is grateful.

sábado, 3 de março de 2018

Hoje: John Keats

A poesia nos deve surpreender pelo seu delicado excesso e não porque é diferente. Deve tocar nosso irmão como se fosse suas próprias palavras, como se ele fosse se lembrasse de algo que, na noite dos tempos, já conhecia em seu coração. A beleza de um poema não está em deixar o leitor contente. É sempre uma surpresa capaz de nos tirar a respiração. Ela deve ser como o pôr do sol: milagroso e natural, ao mesmo tempo.

The happy sun is shining, by Fernando Pessoa

The happy sun is shining
The fields are green and gay,
But my poor heart is pining
For something far away.
It`s pining just for you,
It`s pining for thy kiss.
It does not matter if you're true
To this.
What matter is just you.

I now the sea is beaming
Under the summer sun.
I know the waves are gleaming,
Each one and every one.
But I am far from you,
And so far from your kiss!
And that`s all I get that's really true
In this.
What matters is just you.

Oh, yes, the sky is splendid,
So blue as it now,
The air and light are blended,
Oh yes, hot, anyhow,

Nothing of this is you
I'm absent from your kiss,
That`s all I get that`s sad and true
In this
What matter is just you.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Escrita

Escrever me consome. Mas, se não o fizer, pereço. Não há saída...As palavras não se esgotam e me embotam...Sou milhares de textos que ainda não são no papel e dançam na minha imaginação. Corro contra o tempo e torço para que não exista para que eu resista. Leio...paro e... escrevo. Dá medo não assentir à força da caneta apaixonada e me rendo.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

A dor de viver

Escutei uma vez: viver dói. Achei estranho...era muito jovem. O tempo ensina que a dor dos dias vividos vêm das mágoas não esquecidas, do perdão que não foi dado, do sorriso deixado de lado. Mudar dói. Modelamo-nos de um jeito tal que só vemos conforto. No entanto, a vida é movimento e o passo obriga a sinuosidades na forma já definida...sulcos...e vem o medo e...a dor. Aceitar a falibilidade, procurando fazer o melhor a cada dia, sem angústia é o segredo. Então a dor será bem-vinda, abraçada com ternura porque gerará ineditismo.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Para os que adormeceram e os que ficaram

Morrer...dormir...nada mais...
Shakespeare definiu como ninguém um dos maiores temores do ser humano e sua mais absoluta certeza: a finitude. A morte amedronta pelo desconhecido. Este dormir para não acordar é mistério insondável. Para quem crê, no entanto, a morte prefigura o início e não o fim. Início de uma vida absoluta, eterna. Fé.

Ah...mudanças

Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir. Michel Foucault

Há que se mudar para continuar no caminho. O passo necessita de novos ares para se desenvolver. E como é difícil... O diferente assusta porque exige. Mudar para não morrer.


sábado, 17 de fevereiro de 2018

Que pare o tempo!

A saudade é o que faz as coisas pararem no Tempo. Mário Quintana

Se pudesse andar de marcha ré um pouquinho, teria abraçado mais apertado os que já se foram; teria tomado aquele cafezinho com o amigo distante; teria tirado horas de ócio.
Posso agora só engrenar a primeira e viver meu presente que é presente valioso.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Vida

A vida vale quando vivida
na valentia
sem velocidade
na vereda da virtude
sem medo das vicissitudes
vislumbrando o terno

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

BE MY VALENTINE

"Be my Valentine". Tal qual uma personagem de Edgar Allan Poe, com seu Nevermore passei anos infantis e juvenis escutando esta frase. Os contos de Oscar Wilde caíram-me às mãos, afinal. Como um encantamento tecido por sereias para atrair navegadores, o texto me cativou. Estamos há dez anos ainda nos descobrindo. O esteta desvela e volta a cobrir, exigindo de mim esforço redobrado em estudos e criatividade. Oscar Wilde tornou-se este amigo tão caro que laçou minha imaginação para sempre.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Vírgula

Uma pequena pausa. Das tarefas, até da leitura. Pausa breve, como uma vírgula. Que permita retomar o fôlego, explicar a palavra usada logo anteriormente., exemplificar o sentimento. Uma pausa. A vida, às vezes, exige um ponto, mas ... a vírgula, com sua maior frequência traz repouso imediato, sem a pressa de se saber aonde ir. Uma pausa, para um canto, um sorriso, uma lágrima. Pronto e...ponto.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O detetive mais querido?

Recentemente, reli As aventuras de Sherlock Holmes, de Conan Doyle - coletânea admirada em minha adolescência - para entender o fascínio que o detetive ainda suscita, dadas as tantas versões cinematográficas, além de séries televisivas e motes de muitos outros livros infanto-juvenis.
Conclusão evidente: ele é sarcástico, atraente, irritantemente inteligente, esnobe e encantador. Médico, Doyle conseguiu dar aos leitores um tratamento eficaz contra a monotonia e o tédio. A curiosidade do leitor avança a cada página e não há anticlímax entre as variadas histórias. O fiel escudeiro John Watson dá o toque de humor que tempera a loucura sã do protagonista.
Diversão garantida para toda a família. Que tal incentivar as crianças à criação de um clube de leituras?
Até a próxima.

A magia dos livros - parte 2

A livraria mágica de Paris lembrou-me da importância dos recomeços.
A teia da literatura recomeça em 2018 uma nova trama. Adicionaremos à temática do blogue resenhas de livros que possam sugerir uma aventura para cada leitor. Tal qual Mousier Perdu,  uma ideia para cada tipo de leitor.
E então?
Vamos nos embrenhar nesta encantadora tessitura?

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A magia dos livros, parte 1

A leitura de A livraria mágica de Paris, de Nina George surpreendeu pela delicadeza das palavras e de um personagem, Perdu, que encanta com a missão de indicar livros terapêuticos para os clientes.
O mote, além de original, convoca o leitor à reflexão sobre a literatura como remédio para dores, amarguras, fracassos. Perdu afirma que os livros, como bons companheiros, deixam aflorar os sentimentos e devolvem o discernimento para possíveis mudanças de atitudes. Ele olha para o cliente que adentra a Farmácia Literária à beira do Rio Sena, faz algumas perguntas e dá o diagnóstico. O sucesso com os outros, porém, não o ajuda a resolver seu drama pessoal: o abandono por parte da mulher amada.
Percorro as páginas anotando as leituras sugeridas e espero por meu diagnóstico também. Ao fim do texto ainda não cheguei, mas já ouso indicá-lo como leitura prazerosa.

Qual sua personagem favorita? II

O Rouxinol... O Rouxinol e a Rosa é um adorável conto infantil do querido Oscar Wilde. O pássaro tão cantado pelos poetas personifica um ve...