quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Um cálice de Porto com Fernando Pessoa

                "Vós todos que tendes uma escola, que andaes sob a canga de uma orientação, que pertenceis a qualquer cousa que acabe em ismo, que sois quaesquer entes que acabem em ISTAS! Para quê o limite se para ser limitado basta existir?
                   Crear é libertar-se!
                   Crear é substituir-se a si próprio!
                   Crear é ser desertor!
                   Substituamos as personalidades à personalidade. Que cada um seja muitos! Basta de ser para si a primeira pessoa do singular de qualquer  pronome ou verbo. Sejamos a Pessoa Absoluta do Plural Inconmensuravel. Menos que isto é a arte do passado!
                  (...)
                  Ser heroe é ser tudo num só acto de vida! (...)



     Trecho do livro Prosa de Álvaro de Campos

Um comentário:

  1. Setella, duas coisas depreendo neste trecho:
    1)que a manifestação e expressão do eu verdadeiros pode levar-nos a plena sensação de liberdade e saciedade;
    2)que a pluralidade, a diversificação de nossos desejos não deve ser um fim em nós mesmos, ou seja, não devemos ficar presos ao nosso próprio ego, ao nosso individualismo e sim expandir o nosso ser ao compartilhamento com o outro.
    boa tarde!

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