"Um bom começo é a metade". Aristóteles
A primeira linha...A mais difícil porque a mais ousada. As primeiras palavras são assim destemidas, de uma coragem invejável. Depois delas seguem as tímidas até que no contágio da alegria da aventura, o grupo fica mais homogêneo e as páginas se multiplicam.A primeira linha...
terça-feira, 27 de outubro de 2015
sábado, 24 de outubro de 2015
Viagem 1
Cá com minhas lembranças, embarco no bonde de emoções que marcaram minha vida nem tão comum. Com a descoberta e aceitação da arte literária, a multiplicidade dominou meu olhar crítico. Um jardim de praça não é só isso, mas um local que pode conter uma passagem secreta para o País das Maravilhas. Em um passeio de barco relembro que viajar é preciso, viver não é preciso. Pessoas queridas que já se foram povoam minha escrita com sua sabedoria.
Fernando Pessoa para o sonhador
Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Ser múltiplo é uma garantia que a arte oferece. É pegar ou largar. Depois que se aceita o desafia, o mundo fica tão colorido que a gente esquece de como era antes.
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Ser múltiplo é uma garantia que a arte oferece. É pegar ou largar. Depois que se aceita o desafia, o mundo fica tão colorido que a gente esquece de como era antes.
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
Uma brisa
"Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos."
Victor Hugo
Victor Hugo
domingo, 18 de outubro de 2015
Ode a um amigo
No dia 16 de outubro, nascia na Irlanda Oscar Wilde, que viria a se tornar um amigo nas letras. Por sete anos, minha pesquisa girou em torno deste personagem que, com seu único romance e suas frases de impacto, trouxe uma revolução para os fins do século XIX. Até hoje, seus textos instigantes convidam a uma dança apaixonante com as palavras. Dorian Gray, Salomé, o Príncipe Feliz, Earnest, Windermere e tantos outros desfilam neste palco e chamam a tantos quantos queiram dividir com eles os sonhos de uma escrita que é corpo.
Oscar, como só aos amigos permitia que o chamasse, deixou textos de alegria, ironia, e beleza.
Oscar, como só aos amigos permitia que o chamasse, deixou textos de alegria, ironia, e beleza.
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