quarta-feira, 19 de junho de 2013

Converso com João Ribeiro

   "O aspecto essencial da Beleza é não ser intelectualmente compreendida e não conter um só elemento de inteligência ou de razão. Pode ser explicada; podem-se perscrutar as leis secretas que a regem como todas as coisas: mas o senti-las não é matéria da ciência." (Páginas de Estética)


   É preciso aguçar a sensibilidade para aproveitar-se e deleitar-se de poesia.

Food for thought...com Lima Barreto

             "Eu tinha me esquecido de mim mesmo, tinha adquirido um grande desprezo pela opinião pública, que vê de soslaio, que vê como um criminoso um sujeito que passa pelo hospício, eu não tinha, eu não tinha mais ambições, nem esperanças de riqueza ou de posição: o meu pensamento era para a Humanidade toda, para a miséria, para o sofrimento, para os que sofrem, para os que todos amaldiçoam. E sofria honestamente por um sofrimento que ninguém podia adivinhar; eu tinha sido humilhado, e estava, a bem dizer, ainda sendo, eu andei sujo e imundo, mas eu sentia que interiormente eu resplandecia de bondade, de sonho de atingir a verdade, de amor pelos outros, de arrependimento dos meus erros e um desejo imenso de contribuir para que os outros fossem mais felizes do que eu, e procurava e sondava os mistérios de nossa natureza moral, uma vontade de descobrir nos nossos defeitos o seu núcleo primitivo de amor e de bondade.".


Em Recordações da Casa dos Mortos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Mais uma vez...Pessoa


 Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
... Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não atem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
 
                               

segunda-feira, 10 de junho de 2013

10 de junho,falecia Camões

                         
                                      "Vês aqui a grande Máquina do Mundo,
                           etérea e elemental, que fabricada
                           assim foi do Saber, alto e profundo,
                           que é sem princípio e meta limitada.
                           Quem cerca em derredor este rotundo
                           globo e sua superfície tão limada,
                           é Deus: mas o que é Deus ninguém o entende,
                           que a tanto o engenho humano não se estende."


               
                                                                             (Canto X, estrofe 80- Os Lusíadas)

Qual sua personagem favorita? II

O Rouxinol... O Rouxinol e a Rosa é um adorável conto infantil do querido Oscar Wilde. O pássaro tão cantado pelos poetas personifica um ve...