sábado, 25 de outubro de 2014

Shakespeare e Wilde II

                               Em O crítico como artista  - texto primoroso - Wilde faz uma reflexão iluminada acerca da personagem Hamlet. Comentando a indecisão do jovem em vingar a morte do pai, Wilde diz que Hamlet nunca poderia cometer qualquer ato do tipo, já que era um homem do pensamento e não da ação. O fantasma do pai pedia a vingança. O que fazer então? Hamlet recorre à arte e encena todo o crime cometido pelo tio, e ali, na pele de um ator, encena sua vingança. A peça dentro da peça tem  efeito  catártico. O tio se sente acuado e a vingança se inicia sem que Hamlet tivesse que tomar a iniciativa sangrenta de pronto.
                              Wilde mostra como a criatividade do bardo celebrou nesta cena a força da obra artística.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

160 anos do nascimento de Oscar Wilde

                      Num 16 de outubro, provavelmente um dia comum, de sol ou tempo nublado, na Irlanda florida ou não, numa hora com muita ou pouca gente nas ruas, logo cedo ou à tarde nasceu um dos maiores expoentes da literatura em língua inglesa - Oscar Wilde. E a escrita ganhou contornos paradoxais, irônicos, de uma leveza e profundidades desconcertantes
                      Li  pela primeira vez um texto seu na adolescência - O rouxinol e a rosa - e me encantei com o bordado das palavras, tecidas cuidadosamente para assombrar. Não parei mais.
                       De 2002 à 2009, no Mestrado e Doutorado, sua obra completa foi companheira de cabeceira, finais de semana, viagens e sonhos (sonhei certa vez que conversávamos no sofá de minha casa). Wilde fez e faz parte de minha vida e sua escrita de sangue - diria Nietzsche - marcou para sempre os meus dias.
                       Escolhi hoje esta frase divertida e repleta da ironia que só ele podia imprimir na pena


“I am so clever that sometimes I don't understand a single word of what I am saying.”
― em "The Happy Prince and Other Stories


                           Saudades, Oscar!

sábado, 11 de outubro de 2014

Quando Shakespeare e Wilde se encontram - parte I

                                      Quando em uma cena de Romeu e Julieta, o protagonista apaixonado se declara encantado com a jovem no baile, o amigo, receoso revela que os sobrenomes não permitiriam avanço na relação. Diz, então, Romeu: "What's in a name? A rose by any other name would smell as sweet?". O jovem , na voz do sábio bardo, nos indaga da importância de nomear para possuir ou controlar. Oscar Wilde diz que " definir é limitar". O que os autores geniais de séculos diferenres têm a nos dizer hoje é o tema das próximas postagens.

Qual sua personagem favorita? II

O Rouxinol... O Rouxinol e a Rosa é um adorável conto infantil do querido Oscar Wilde. O pássaro tão cantado pelos poetas personifica um ve...