"Eu tinha me esquecido de mim mesmo, tinha adquirido um grande desprezo pela opinião pública, que vê de soslaio, que vê como um criminoso um sujeito que passa pelo hospício, eu não tinha, eu não tinha mais ambições, nem esperanças de riqueza ou de posição: o meu pensamento era para a Humanidade toda, para a miséria, para o sofrimento, para os que sofrem, para os que todos amaldiçoam. E sofria honestamente por um sofrimento que ninguém podia adivinhar; eu tinha sido humilhado, e estava, a bem dizer, ainda sendo, eu andei sujo e imundo, mas eu sentia que interiormente eu resplandecia de bondade, de sonho de atingir a verdade, de amor pelos outros, de arrependimento dos meus erros e um desejo imenso de contribuir para que os outros fossem mais felizes do que eu, e procurava e sondava os mistérios de nossa natureza moral, uma vontade de descobrir nos nossos defeitos o seu núcleo primitivo de amor e de bondade.".
Em Recordações da Casa dos Mortos.
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Triste e ao mesmo tempo lindo este trecho que traduz o sentimento puro e altruísta do autor.
ResponderExcluirbjs
O que mais admirei foi a coragem de se expor e,depois, lutar por melhores condições para aqueles que são, muitas vezes, realmente esquecidos. Isto com a força da letra.
ResponderExcluirA capacidade de se expor, mostrar quem realmente se é .
ExcluirIsto é atitude de poucos. É admirável sim (e verdadeiro).
bjs