É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"
É lindo esse poema. O amor é isso mesmo como mostra o autor:
ResponderExcluiressa dicotomia que ele tenta definir com bastante racionalidade.
Digo "tenta" definir , já que parece um sentimento imensurável, indefinível.