E se meus personagens favoritos se misturassem mesmo?
Borges declarou certa vez que temia que à noite as palavras dos livros se embaralhassem e ele não as recuperasse mais pela manhã.
Ouso ir um pouco além e imagino se os personagens pudessem pular de uma história para outra só para experimentar uma nova aventura. Eles teriam, assim, segredos que o autor desconheceria. À noite aproveitariam para se libertar das linhas e pela manhã se encaixariam novamente para delícia dos escritores.
Um encontro secreto de Mr. Darcy e Emma Bovary. Será que ela o seduziria e Elizabeth ficaria só? Talvez não. Mr. Thornton chegaria para consolá-la, encolerizando Margaret. Que tal Dom Quixote abandonando Dulcineia e mergulhando no País das Maravilhas?!
Ahh... Borges. Até que seria divertido!
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
A solidão da leitura
A leitura é um ato solitário e, como tal, precisa de tempo de nutrição. O velocidade das informações, a intensidade das redes sociais não incentivam os instantes de ócio criativo - aquele de que nos falavam os artistas de finais do século XIX - que dá espaço á imaginação, ao exercício sereno do pensamento. Sem tempo para uma crítica pautada na análise cuidadosa, caminhamos - ou melhor, corremos - e nos esquecemos cada vez mais de gestar ideias que perdurem, que sejam sólidas como os grandes ideais.
Solitária, leio, agora. Serão poucos minutos de 'vida'. Ouço ruídos, mas insisto em não me apressar. Há tempo. Pois se o tempo não existe, não é, Oscar Wilde?
Solitária, leio, agora. Serão poucos minutos de 'vida'. Ouço ruídos, mas insisto em não me apressar. Há tempo. Pois se o tempo não existe, não é, Oscar Wilde?
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