"A realeza do leitor é apenas imaginária,já que deve todo o seu poder à essa máquina infernal que é o livro, aparelho de criar significações."
A afirmação de Merleau-Ponty em A prosa do mundo subverte a relação escritura-leitura. O filósofo destaca que, a princípio, o autor está mudo e de repente "o fluxo de palavras vem em socorro desse silêncio". No instante da leitura, o indivíduo é cativado e sente como se conversasse com o autor, sem palavras, de espírito para espírito. O livro, porém, não o mantém no terreno seguro, junto ao autor. Ele se intalou no mundo do leitor, "desviou os signos de seu sentido oridinário" para lançá-lo num turbilhão para um outro sentido vir a encontrar. O livro é aqui microcosmo do mundo, o tapete persa de Lorde Henry, em O retrato de Dorian Gray. O texto impulsiona, desinstala.
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Esse exercício de expressão talvez se dê pela empatia que se estabelece entre autor e leitor.
ResponderExcluirA leitura tem esse poder de parecer estabelecer uma certa comunicação entre autor e leitor
até a próxima
bjs
Parece mesmo que conhecemos o autor e ele tem a capacidade de traduzir em palavras o que sentimos. Bjs, Beth.
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