quinta-feira, 29 de agosto de 2013
No silêncio falante de Rubem Alves
"O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: "Se eu fosse você". A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção." In: O AMOR QUE ACENDE A LUA)
Na escuta, no silêncio, ouvimos mais do mundo e de nós.
sábado, 24 de agosto de 2013
24 de agosto
Habitante de singular biblioteca
Labiríntico
Observador flagrante
Que vê na escuridão
Escrutinador de almas
Desvelando segredos
Na escrita de metamorfose
Propondo mistérios
Amante da arte
Apresenta
Incessante convite para de-cisão
Com sorriso de luz.
Para Jorge Luis Borges, que tendo nascido num especial 24 de agosto, me conquistou pela força do encantamento.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
um pouco de Wilde
"Nunca viajo sem o meu diário. É preciso ter sempre algo extraordinário para ler no comboio.".
Sem comentários...
ainda Octavio Paz
Lendo Os filhos do barro de Octavio Paz, tropeço neste fragmento que me desestabiliza:
"Dupla e vertiginosa sensação: o que acabou de acontecer já pertence ao mundo do imensamente distante e, ao mesmo tempo, a antiguidade milenar está infinitamente perto...Não digo, é claro, que hoje os anos e os dias transcorram mais depressa, e sim que transcorrem mais coisas neles. Transcorrem mais coisas e todas elas quase ao mesmo tempo, não uma atrás da outra, e sim, simultaneamente...".
Esta sensação de que algo nos escapa a cada segundo pode ter um pouco com a tecnologia que traz informações e notícias no chamado 'tempo real' (expressão que sempre me intrigou bastante) e não nos permite a 'digestão' e meditação.
"Dupla e vertiginosa sensação: o que acabou de acontecer já pertence ao mundo do imensamente distante e, ao mesmo tempo, a antiguidade milenar está infinitamente perto...Não digo, é claro, que hoje os anos e os dias transcorram mais depressa, e sim que transcorrem mais coisas neles. Transcorrem mais coisas e todas elas quase ao mesmo tempo, não uma atrás da outra, e sim, simultaneamente...".
Esta sensação de que algo nos escapa a cada segundo pode ter um pouco com a tecnologia que traz informações e notícias no chamado 'tempo real' (expressão que sempre me intrigou bastante) e não nos permite a 'digestão' e meditação.
o instigante Octavio Paz
"Não é poeta aquele que não tenha sentido a tentação de destruir ou criar outra linguagem."
O querer dizer e não conseguir...a busca daquela palavra 'certa' que recolha todo o sentimento escondido...A luta do escritor é diária e apaixonante.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Diário de uma viajante
Ao passar por Vilar Formoso, cidade fronteiriça entre a Portugal e Espanha, medito na arte de se estar na entrelinha., no entre-lugar. E como experimentamos diariamente as fronteiras entre a dor e a alegra, o amor e a raiva, a indiferença e a solidariedade. E ainda, como precisamos encontrar em nós aquele instante 'entre' que nos possibilita a vivência do equilíbrio. Diziam os avós "nem tanto ao mar nem tanto à terra". A virtude está nomeio, que, longe de significar incerteza, produz eficiente cisão. Assim, nas linhas da vida, buscamos traçados firmes e ternos, calorosos tornados de temperança. Mais uma fronteira ultrapassei. O Rio Douro me acompanha, de Portugal à Espanha. Não o mesmo rio, pois a cada olhar ele se metamorfoseia, como a brincar. Neste jogo, ingresso,divertida e sem temor.
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