Lendo Os filhos do barro de Octavio Paz, tropeço neste fragmento que me desestabiliza:
"Dupla e vertiginosa sensação: o que acabou de acontecer já pertence ao mundo do imensamente distante e, ao mesmo tempo, a antiguidade milenar está infinitamente perto...Não digo, é claro, que hoje os anos e os dias transcorram mais depressa, e sim que transcorrem mais coisas neles. Transcorrem mais coisas e todas elas quase ao mesmo tempo, não uma atrás da outra, e sim, simultaneamente...".
Esta sensação de que algo nos escapa a cada segundo pode ter um pouco com a tecnologia que traz informações e notícias no chamado 'tempo real' (expressão que sempre me intrigou bastante) e não nos permite a 'digestão' e meditação.
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"O que ocorre, de fato, é que, quando me olho no espelho, em meus olhos olham olhos alheios; quando me olho no espelho não vejo o mundo...
Os acontecimentos se fundem no tempo e no espaço.
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