quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Você é a saudade de quem?
Li esta frase no muro de uma casa quando voltava do trabalho. Fiquei o restante do trajeto imaginando o que teria levado alguém a tal indagação. Profunda e bela. Temos alguém que é saudade para nós e de certo, somos saudade de alguém. Mas, será? Será que enquanto vivo às voltas com as ocupações diárias, distraída com a rotina, alguém, em algum lugar sente falta de mim? O pensamento é atraente e tem um quê de conforto. Tenho saudade de muitas pessoas - algumas que já partiram, outras de quem me afastei pelas circunstâncias. Sentirão saudade de mim onde estão? Hoje quero pensar que neste imenso círculo que é o universo...sim. Sou saudades de alguém, como muitos são a minha saudade.
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
A lição de Mia Couto
"Para que as luzes do outro sejam percebidas por mim devo por bem apagar
as minhas, no sentido de me tornar disponível para o outro."
Nem sempre é fácil parar e procurar enxergar o outro. Esquecemos que ele é parte de nós. Só ele nos vê. As imagens que fazemos de nós são permeadas de ilusões. Deixar a luz do outro brilhar pode significar mais conhecimento de mim.
Nem sempre é fácil parar e procurar enxergar o outro. Esquecemos que ele é parte de nós. Só ele nos vê. As imagens que fazemos de nós são permeadas de ilusões. Deixar a luz do outro brilhar pode significar mais conhecimento de mim.
A poesia do poeta, por Mia Couto
"Quando já não havia outra tinta no mundo o poeta usou do seu próprio sangue.
Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo.
Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado.
Como o sangue: sem voz nem nascente."
Na pele enrugada, nos traços senis, os anos vividos como poesia.
Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo.
Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado.
Como o sangue: sem voz nem nascente."
Na pele enrugada, nos traços senis, os anos vividos como poesia.
sábado, 5 de setembro de 2015
A dor de ver
Os olhos de um artista veem a dor e a alegria ainda na madrugada, antes do amanhecer dos outros. Wilde dizia ser isto um problema. Sem querer discordar do querido amigo que tem acompanhado minhas reflexões por tantos anos, não acho que seja um problema, mas um dom. Que faz sofrer, é verdade, mas que liberta de preconceitos e exercita a tolerância; que incentiva o movimento, a tomada de decisões. O mundo tem caminhado por rotas perigosas nos últimos tempos. O esquecimento do direito do outro, o crescente individualismo, a resistência a encontros frente a frente substituídos por mensagens eletrônicas têm distanciado o olhar. Pinturas, fotos, textos tentam desesperadamente resgatar para todos o dom de ver antes do amanhecer. Para que este novo dia seja novo para todos
Zygmunt Bauman, palavra lancinante
"A preocupação com a administração da vida parece distanciar o ser humano da reflexão moral."
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