Mariuza Pregnolato
domingo, 8 de outubro de 2017
Refletindo...
Os contos de fadas exercem uma influência muito benéfica na formação da personalidade porque, por meio da assimilação dos conteúdos da estória, as crianças aprendem que é possível vencer obstáculos e saírem-se vitoriosas, especialmente quando o herói vence no final. Isso ocorre porque, durante o desenrolar da trama, a criança se identifica com as personagens e “vive” o drama que ali é apresentado de uma forma geralmente simples, porém impactante. Conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a inevitabilidade da morte, o envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja, etc. são tratados nos contos de fadas de modo a oferecer desfechos otimistas. Desta forma, oferece à criança uma referência para elaborar os terríveis elementos ansiógenos que habitam seu imaginário, como seus medos, desejos, amores, ódios etc., que na sua imatura e concreta perspectiva apresentam-se amedrontadores e insolúveis. Esse aprendizado é captado pela criança de uma forma intuitiva (por estarem os elementos sempre carregados de simbolismo) tornando-se muito mais abrangente do que seria possível se fosse feito pela compreensão meramente intelectual. Acredita-se que o efeito integrador que os contos de fadas têm sobre a personalidade seja o fator responsável pelo fato de terem resistido à passagem do tempo e terem se universalizado.
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