quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Para um aconchegante dia chuvoso, um pouco do "wild" Wilde
"Ser grande significa ser incompreendido."
Se existe no mundo coisa mais aborrecida do que ser alguém de quem se fala é certamente ser alguém de quem não se fala."
"A finalidade da arte é, simplesmente, criar um estudo da alma."
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Nulla dies sine linea -pintor grego Apeles, século IVa. C
*Nenhum dia sem uma linha
A excelência está na prática diária e constante. É fato. No entanto, escritores e pensadores como Borges e Nietzsche chamaram a atenção para a urgência da escrita. Escrever como necessidade física e intelectual. Escrever para não morrer. A arte não espera e resiste à delongas. O impulso à diligência torna-se marca de artistas que não se conformam,mas formam-se dia a dia. Non est ad astra mollis e terris via (da terra para as estrelas não há caminho fácil), já dizia Sêneca. A busca do belo convoca homens e mulheres de todos os tempos
A excelência está na prática diária e constante. É fato. No entanto, escritores e pensadores como Borges e Nietzsche chamaram a atenção para a urgência da escrita. Escrever como necessidade física e intelectual. Escrever para não morrer. A arte não espera e resiste à delongas. O impulso à diligência torna-se marca de artistas que não se conformam,mas formam-se dia a dia. Non est ad astra mollis e terris via (da terra para as estrelas não há caminho fácil), já dizia Sêneca. A busca do belo convoca homens e mulheres de todos os tempos
sábado, 17 de novembro de 2012
Chá das cinco com Alberto Manguel
À mesa com o Chapeleiro Maluco - sobre corvos e escrivaninhas, publicado em 2009 pela Companhia das Letras,constitui saboroso solilóquio do cidadão canadense, nascido em Buenos Aires, Alberto Manguel.
Nos vinte e seis ensaios agrupados em cinco capítulos, Manguel 'discursa' um elogioso périplo cultural por entre as linhas de expoentes da cena artística, como Stevenson, Julio Verne, Conan Doyle, Van Gogh, além de suas próprias reflexões acerca do impacto destas figuras em sua vida e na 'vida do mundo'. Manguel oferece, assim, o chá de uma escrita fluida a leitores ávidos da talvez "única justificativa para a literatura: que a loucura do mundo não nos tome por completo (...)nossa copa, nossa sala e a casa inteira".
Partindo do chá celerado promovido pelo Chapeleiro de Carroll - e compartilhado ao longo da história por torturadores,terroristas e exploradores -, Manguel empresta força para experimentar a loucura,mostrando como os artistas, lutando com suas penas e pincéis, dela emergiram "por meio de atos extraordinariamente humanos, irracionalmente sábios e insanamente audazes", lutando contra a prepotência.
O mundo, esta biblioteca de signos, como diz Manguel, abriga textos misteriosos que a arte gratuitamente chama à interpretação. O tesouros dos segredos revelados residirá na mente aberta do leitor ideal de que nos fala em um dos capítulos que merece destaque:"aquele que é capaz de dissecar o texto, retirar a pele, fazer um corte até a medula, seguir pela artéria e depois dar vida a um novo ser sensível". Se viemos ao mundo como leitores, "nosso primeiro impulso é decifrar o que percebemos a nossa volta" e nada como a arte para revelar o oculto aos condenados à vida consciente.O primeiro passo foi dado por aventureiros, como O Quixote de Cervantes, que ousaram questionar e questionar mesmo permanecendo "implacavelmente sem resposta". Pelo espectro de uma resposta lutaram.
Para a loucura ininteligível do mundo, Alberto Manguel atesta que "Alice e as sombras de se País das Maravilhas representam para nós os mesmos papéis que representamos e vemos representados no mundo real(...), contam histórias de comportamentos absurdos e insanos que refletem os nossos para que possamos vê-los e entendê-los melhor" e assim, erigirmos, com criatividade e imaginação a verdadeira existência a que fomos chamados - a artística.
Nos vinte e seis ensaios agrupados em cinco capítulos, Manguel 'discursa' um elogioso périplo cultural por entre as linhas de expoentes da cena artística, como Stevenson, Julio Verne, Conan Doyle, Van Gogh, além de suas próprias reflexões acerca do impacto destas figuras em sua vida e na 'vida do mundo'. Manguel oferece, assim, o chá de uma escrita fluida a leitores ávidos da talvez "única justificativa para a literatura: que a loucura do mundo não nos tome por completo (...)nossa copa, nossa sala e a casa inteira".
Partindo do chá celerado promovido pelo Chapeleiro de Carroll - e compartilhado ao longo da história por torturadores,terroristas e exploradores -, Manguel empresta força para experimentar a loucura,mostrando como os artistas, lutando com suas penas e pincéis, dela emergiram "por meio de atos extraordinariamente humanos, irracionalmente sábios e insanamente audazes", lutando contra a prepotência.
O mundo, esta biblioteca de signos, como diz Manguel, abriga textos misteriosos que a arte gratuitamente chama à interpretação. O tesouros dos segredos revelados residirá na mente aberta do leitor ideal de que nos fala em um dos capítulos que merece destaque:"aquele que é capaz de dissecar o texto, retirar a pele, fazer um corte até a medula, seguir pela artéria e depois dar vida a um novo ser sensível". Se viemos ao mundo como leitores, "nosso primeiro impulso é decifrar o que percebemos a nossa volta" e nada como a arte para revelar o oculto aos condenados à vida consciente.O primeiro passo foi dado por aventureiros, como O Quixote de Cervantes, que ousaram questionar e questionar mesmo permanecendo "implacavelmente sem resposta". Pelo espectro de uma resposta lutaram.
Para a loucura ininteligível do mundo, Alberto Manguel atesta que "Alice e as sombras de se País das Maravilhas representam para nós os mesmos papéis que representamos e vemos representados no mundo real(...), contam histórias de comportamentos absurdos e insanos que refletem os nossos para que possamos vê-los e entendê-los melhor" e assim, erigirmos, com criatividade e imaginação a verdadeira existência a que fomos chamados - a artística.
sábado, 10 de novembro de 2012
Conversa comigo especial: Horas non numero nisi serenos
Folheando o interessantíssimo Dicionário de máximas e expressões em Latim, de Christa Pöppelmann, a atenção, ávida de aprendizado, recai nesta máxima que constitui um lema de vida. O grande desafio do homem moderno (ou pós-moderno?) diante dos inúmeros obstáculos cotidianos. A angústia da indiferença, da insegurança, das incompreensões, ameaça corroer os corpos cansados. O olhar apressado deixa passar o colorido e abraça sem querer o cinzento. Esforço-me (e forço-me) a contar cada segundo feliz vivido ao lado dos que amo, fazendo o que gosto e exercitando desprendimento. O mundo tem uma beleza peculiar quase sempre velada, escondida, que veste e reveste as coisas. Nosso destino é a descoberta diária.
A Rui Barbosa
Coração criador
Presença palpitante
Sem passado ou futuro
Argumentação que nega
O torpor
Microcosmo do mundo,
Intrépido,
Convoca indivíduos
À ação em defesa da justiça esquecida
Águia na escolha das palavras
Fortiter in re, suaviter in modo*
* Mais forte nas coisas, mais suave nas maneiras.
Presença palpitante
Sem passado ou futuro
Argumentação que nega
O torpor
Microcosmo do mundo,
Intrépido,
Convoca indivíduos
À ação em defesa da justiça esquecida
Águia na escolha das palavras
Fortiter in re, suaviter in modo*
* Mais forte nas coisas, mais suave nas maneiras.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Diário II
Adormeço o passo enquanto, à minha volta, a agitação frenética persiste. A arte de ver o belo em tudo parece contaminada e abafada pelo acúmulo de informações, cores, aromas e sons. As inúmeras opções de lazer, de compras distraem o indivíduo do inerente desejo de pausa. O culto ao ócio tão prezado aos artistas do século XIX - que bem entendiam da necessidade do exercício do pensamento para um melhor desenvolvimento das potencialidades - foi substituído pela ação excessiva até nos momentos que seriam de descanso. É como se pairasse sobre aquele que se decide pela pausa uma certa 'culpa'.
Amorteço o passo e penso que escolho a pausa. Para fazer nada e fazer deste nada o tudo de descanso que meu corpo e minha mente necessitam, para perceber os sons encantadores da natureza, das vozes queridas, das risadas infantis. Escolho a pausa e torço por mais companheiros de jornada.
Vem comigo?
Amorteço o passo e penso que escolho a pausa. Para fazer nada e fazer deste nada o tudo de descanso que meu corpo e minha mente necessitam, para perceber os sons encantadores da natureza, das vozes queridas, das risadas infantis. Escolho a pausa e torço por mais companheiros de jornada.
Vem comigo?
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