A poesia musical de Cante lá que eu canto cá de Patativa do Assaré,obra publicada pela Editora Vozes, revela a face do sertanejo forte de que nos falou Euclides da Cunha. Força aparente nos textos recheados de compaixão,que contam a fragilidade humana, compreendendo-a e,ao mesmo tempo, celebrando superação diária.Com uma linguagem autêntica, apresenta-se como:
" (...)
um caboclo rocêro,
sem letra e sem istrução;
O meu verso tem o chêro
Da poêra do sertão
(...)
Dêste jeito Deus me quis(...)"
E mais adiante, em diálogo com outros artistas, no poema que dá título ao livro, diz:
"(...)
Repare que a minha vida
É deferente da sua
A sua rima pulida
Nasceu no salão da rua.
Já eu sou bem deferente,
Meu verso é como simente
Que nasce inriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obras da Criação
(...)"
Do encontro com este artista do povo, o leitor pode depreender um contentamento descontente. À alegria e ser nordesntino, soma-se a suave dor advinda da luta por melhores condições. O leitor de Patativa do Assaré desejará, ao final do livro, cantar junto dele a arte da vida.
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"O que ocorre, de fato, é que, quando me olho no espelho, em meus olhos olham olhos alheios; quando me olho no espelho não vejo o mundo...
A simplicidade torna o canto mais rico, autêntico e belo.
ResponderExcluirbjs, boa tarde!
Encantador, não? Obrigada pela participação.Bjs.
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