O esplendor das luxuosas montras da Rua de Santa Catarina reflete-se no chão de pedras onde o trânsito de turistas se intensifica a cada hora. O azul do céu,o frescor da manhã e a curiosidade natural de visitante são os ingredientes perfeitos para as passadas lentas.
Muitos são também os trabalhadores que expõem os produtos no chão ou em pequenas tendas na rua. O ruído é impressionante, acrescido do frenético ir e vir nos cafés.
Lembro-me aqui das Mariposas de luxo de João do Rio - as moças empregadas em fábricas que, no final do expediente diário, por alguns minutos, admiravam, desacelerando o passo, as ricas montras do centro do Rio de Janeiro do século XIX. O êxtase advindo da visão de tanta beleza só se extinguia diante da insistente lembrança da necessidade do controle no horário do transporte de volta à casa.
A nostalgia toma conta de mim. O mundo mudou e é o mesmo. Nosso interior, não. Este se renova a cada experiência. As ruas visitadas escrevem e reescrevem os textos da minha vida. Elas também falam de mim.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
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