sexta-feira, 13 de julho de 2012

A força do ponto

                                      Alberto Manguel em À mesa com o chapeleiro maluco diz:"diminuto como uma  partícula de pó, essa bicada mínima a pena, essa migalha no teclado - o ponto - é subestimado legislador de nossos sistemas de escrita. Sem ele,os sofrimentos do jovem Werther não terminariam  e as viagens de Hobbit jamais teriam fim. Sua ausência permitiu que James Joyce tecesse Finnegan's Wake num círculo perfeito(...)O ponto coroa a realização do pensamento, dá a ilusão de um término(...)Sempre ansiosos por começar, não pedimos nada para indicar nossos inícios,mas precisamos saber quando parar(...)".

                                     Atrevo-me, assim, a indagar sobre o que virá após o ponto e estremeço. Um tudo ou um nada. Para os amantes da letra, um tudo sem barreiras, fronteiras, o início do questionamento crítico, o fim do freio à imaginação. O ponto inicial.

2 comentários:

  1. Mas que graça este trecho de leitura onde o autor, a partir de um ponto tão pequenino e, aparentemente insignificante, desperta TAMANHA imaginação.
    O ponto que necessita de um descanso para, no contínuo toque do imaginário, onde algo que não foi dito, dar margem a continuação de uma história para quem a lê, "PESPONTANDO" (como em uma costura) o PONTO e formar 3 pontos ...
    Elisabeth de A. Pinto

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  2. Elisabeth, você é poetisa. O ponto tece contos e sonhos. Avance para as águas profundas da sua imaginação. Ouse. Você, amiga, é artista da vida.

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