Alberto Manguel em À mesa com o chapeleiro maluco diz:"diminuto como uma partícula de pó, essa bicada mínima a pena, essa migalha no teclado - o ponto - é subestimado legislador de nossos sistemas de escrita. Sem ele,os sofrimentos do jovem Werther não terminariam e as viagens de Hobbit jamais teriam fim. Sua ausência permitiu que James Joyce tecesse Finnegan's Wake num círculo perfeito(...)O ponto coroa a realização do pensamento, dá a ilusão de um término(...)Sempre ansiosos por começar, não pedimos nada para indicar nossos inícios,mas precisamos saber quando parar(...)".
Atrevo-me, assim, a indagar sobre o que virá após o ponto e estremeço. Um tudo ou um nada. Para os amantes da letra, um tudo sem barreiras, fronteiras, o início do questionamento crítico, o fim do freio à imaginação. O ponto inicial.
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Mas que graça este trecho de leitura onde o autor, a partir de um ponto tão pequenino e, aparentemente insignificante, desperta TAMANHA imaginação.
ResponderExcluirO ponto que necessita de um descanso para, no contínuo toque do imaginário, onde algo que não foi dito, dar margem a continuação de uma história para quem a lê, "PESPONTANDO" (como em uma costura) o PONTO e formar 3 pontos ...
Elisabeth de A. Pinto
Elisabeth, você é poetisa. O ponto tece contos e sonhos. Avance para as águas profundas da sua imaginação. Ouse. Você, amiga, é artista da vida.
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