quinta-feira, 26 de julho de 2012

as ruas do Porto

                    Desço a rua da Fábrica, admirando cada detalhe e inspirando o ar trabalhador, vigoroso, que ela exala. Não se anda vagarosamente por sua estreiteza. O passo se acelera como que num passe de mágica. É rua séria, resignada à velocidade da era moderna, acostumada à indiferença de alguns transeuntes. Traz, contudo, para mim, o encanto das pedras e asfalto que acolhem e entregam com presteza os visitantes à Avenida dos Aliados. Nesta, que brilha com tal intensidade, a passada diminui automaticamente. É ampla, clara, de uma alegria singular, sofisticada - e ao mesmo tempo simples - e contagiante. Suas calçadas convidam ao descanso, à pausa que restaura.
                   Fecho os olhos e imagino Fernando Pessoa ou mesmo João do Rio - grande amante das terras portuguesas - absorto em pensamentos de textos ainda retidos na imaginação. O passo é suave. A noite vai caindo, as luzes se acendendo e as pedras se tornam ainda mais cintilantes. Paro e escrevo também linhas na imaginação e estas linhas são ainda meu esboço.

4 comentários:

  1. Mas que bela viagem você está fazendo Stella!
    E isso é apenas um esboço heim? . Imagine quanta emoção ainda vem por aí.
    Bjs
    Elisabeth Pinto

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    1. Espero que você goste mesmo.Muitas surpresas estão reservadas. Bjs.

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  2. Parabéns Stella pelo seu belo trabalho!

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  3. Obrigada, Ana. São os leitores como você que animam o texto. Bjs.

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