O que faz a obra de um autor ser considerada imortal? O que é dito ou mostrado ou o que o leitor enxerga nas entrelinhas? Qual é a intenção do autor? Congregar, dividir, confundir, clarear, atacar, defender, ser armadilha ou refúgio.
Ao longo dos anos foram diversas as obras literárias que me dilaceraram e me recompuseram. Em todas, de alguma forma, vi algo de mim - do meu lado obscuro, do meu lado carinhoso. Quando releio um texto, depois de passado algum tempo, a impressão muda, como eu mudei. Um detalhe é magicamente descoberto e o texto se torna outro, mais uma vez.
Para mim, a imortalidade de um texto está aí: na sua capacidade de renovação a cada leitura. Renovação no leitor, na sua visão do mundo e das pessoas a seu redor. A literatura fez e continua a fazer muito por mim. Wilde, Carroll, Borges, Cervantes, Salinger, Auster, Jane, Machado, Drummond e tantos outros falam e continuam a falar de mim.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
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