sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Wilde e Nietzsche

"W: Sabe, amigo, tem havido em literatura uma tendência a dirigir-se cada vez mais aos olhos e cada vez menos ao ouvido, o que em arte literária pura não deveria ocorrer...Os gregos consideravam a arte de escrever como simplesmente um meio de contar. Sua prova era sempre a palavra falada em suas relações musicais e métricas..."

N: Não posso perder a ocasião para o exercício da etimologia. Melos (melodia) significa meio de apaziguamento, não porque o canto seja suave em si próprio, mas porque os seus efeitos ulteriores acalmam...Nosso canto ainda está ferindo os ouvidos de nossos contemporâneos.".


(fragmento de Café literário com Wilde e Nietzsche)

2 comentários:

  1. Este pequeno fragmento do seu livro gera uma boa discussão . Estou aqui no final de um dia de trabalho discutindo esse texto com meu colega de trabalho.
    E hoje Stella qual a tendência da literatura?

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  2. Beth, penso que há resistências em várias vertentes das manifestações artísticas, já que o sentido da visão ainda é muito privilegiado em nossos dias, como era no século XIX. O importante - e o que acho fez a diferença entre estes artistas - foi chamar a atenção para os outros sentidos. Lembro-me de quando estudava 'Salomé" para a tese, li um comentário de Wilde de como deveria-se ler este texto : em voz alta. Você sabe que me tranquei no quarto e li toda a peça em voz alta e parecia um bailado. Impressionante. Como a dançarina Salomé, Wilde brincou com as palavras e elas se tornaram mais que musicais. A partir daí, vez ou outra faço este exercício e me surpreendo e divirto com o resultado. O segredo está aí: ouvir.Se alcançarmos um equilíbrio entre todos os sentidos apreciaremos mais as obras. Este é tema para debate mesmo. Obrigada pelas participação. Bjs.

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