segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O misterioso Antônio Joaquim Pereira da Silva

"Ocaso. Em minha sala quase escura
Olho os retratos. Dante está presente:
- Face entanguida, olhar impertinente,
Boca num forte ríctus de amargura.

Em Poe, que o sol, num claro, transfigura
Baudelaire crava o olhar. E frente a frente
Fitam-se longa, misteriosamente,
Tal como o Tédio diante da Loucura...

Em torno e em tudo erra um silêncio absorto.
Sombra do gênio? Alma do desconforto?
Forma do ser disperso no Nirvana?

Quem saberá jamais? A noite desce.
Cada  efígie daquelas como cresce
E assombra mais minha tristeza humana!"

                                                                 INTERIOR in Solitudes, 1918.

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